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Lorena Souza

As células-tronco embrionárias podem se converter em praticamente todos os tecidos do corpo humano. É por isso que são consideradas a esperança de cura para doenças como mal de Parkinson, Diabetes e Paralisia. Contudo, a destruição do embrião para a aquisição dessas células se tornou um método polêmico. O problema é que para defender ou censurar tal técnica temos que cruzar com valores religiosos, políticos e morais. E este é o ponto de convergência que faz cientistas, pacientes, líderes religiosos e a sociedade discutirem. Em que momento o embrião se torna um ser vivo?

Os cientistas se dividem em várias vertentes para explicar quando a vida começa. Para alguns a vida só começa na 3° semana de gestação, quando o embrião adquire individualidade. Há os que acreditam que a vida se inicia com as ondas cerebrais, somente após a 8° semana de gestação. Existem ainda as teorias mais radicais que dizem que a vida humana começa quando o indivíduo nasce e se torna independente da mãe, com seu sistema circulatório e respiratório; ou então quando o ser humano reconhece a diferença entre si e os demais e isso só ocorre nos primeiros meses após o nascimento. Percebe-se que o início da vida é determinado pelos valores dos indivíduos. Por isso, caberia à sociedade escolher se é ou não uma atitude condenável eticamente interromper a gestação de um embrião humano sem cérebro.

A igreja já se pronunciou: criar um embrião somente para utilizar suas células é um ato de canibalismo, mesmo que seja com o propósito de curar um indivíduo adulto. A Igreja também argumenta que estas pesquisas sugerem caminhos para a clonagem com seres humanos. Embora pareçam fictícios, os esforços de duplicar o homem são reais. E como Deus é o criador de todas as coisas na Terra, não está em sua lista de prioridades e vontades dar a competência de criação ao homem ou destruir embriões.

O fato é: a permissão de realização de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil coloca o país no Primeiro Mundo da ciência pelo menos nessa área do conhecimento, ao lado de países como Japão, Estados Unidos e Israel. E embora jornais e revistas noticiarem que de 75% a 95% dos brasileiros são a favor das pesquisas com células-tronco embrionárias, o X da questão está no limite, na prudência, na avaliação dos riscos e dos benefícios. Pois, utilizar células embrionárias, prevenir e curar doenças e malformações consideradas de origem genética e melhorar as competências humanas constituem-se em transformação genética.